Doenças ginecológicas – Dr. José Reis no podcast Médis

Doenças ginecológicas, o que é importante saber

As doenças ginecológicas mais frequentes

Uma percentagem importante das doenças ginecológicas ocorre no período entre a menarca (ou seja, a 1ª menstruação) e a menopausa (isto é, a última menstruação).

Puberdade e adolescência

Na fase da puberdade e adolescência, que consideramos até aos 18 anos, a maioria dos problemas estão relacionados com alterações do ciclo menstrual. Essas alterações podem ser no sentido da ausência de menstruações ou então ciclos irregulares ou menstruações abundantes.

Idade Reprodutiva

Na mulher em idade reprodutiva, dos 18 anos até à peri-menopausa, as doenças ginecológicas mais comuns e que levam à procura de consulta de Ginecologia são as alterações uterinas estruturais (miomas e pólipos), problemas relacionados com alterações da ovulação, ou seja, mulheres que não ovulam de forma regular o que se reflete em ciclos irregulares, questões ou dúvidas sobre a contraceção e também as infeções vaginais. Outra patologia também relevante nesta faixa etária são as alterações citológicas do colo do útero, detetadas através do conhecido teste de papanicolau, que permite rastrear as lesões pré-neoplásicas do colo uterino.

Perimenopausa

Relativamente ao período da mulher antes de entrada na menopausa, designada por perimenopausa, caracteriza-se por uma maior irregularidade dos ciclos menstruais, semelhante ao que se verifica na fase da puberdade e adolescência. Nesta faixa etária, além das patologias descritas anteriormente, são também mais frequentes os cancros do trato genital, nomeadamente o cancro do endométrio que é atualmente o cancro ginecológico mais comum nos países desenvolvidos. O ambiente hormonal desregulado na perimenopausa, com aumento dos níveis de estrogénios, favorece este tipo de cancro.

A importância da consulta de ginecologia

A importância da consulta ginecológica de rotina reside no diagnóstico destas patologias numa fase precoce. Efetivamente, a possibilidade de rastrear as doenças ginecológicas e detetá-las numa fase inicial pode marcar a fronteira entre um tratamento bem-sucedido e um tratamento mal-sucedido. Poder-se-iam apontar muitos exemplos, mas um dos mais evidentes é o rastreio do cancro do colo do útero, através do teste de papanicolau e mais recentemente do teste HPV. Este facilita a deteção das lesões do colo numa fase pré-cancerígena, permitindo através de uma pequena intervenção tratar de forma eficaz essas lesões e evitando desta forma a progressão para cancro do colo uterino.

Os problemas menstruais

Foram também debatidos neste podcast os problemas menstruais que alteram a qualidade de vida da mulher. Podemos afirmar que a menstruação pode ser um problema limitante na vida da mulher nas situações em que se associa a um quadro de dor menstrual intensa que dificulte as atividades da vida diária quer a nível pessoal quer a nível profissional. Também pode acontecer que a perda de sangue menstrual seja de tal modo intensa que, para além dos constrangimentos mais comuns, como a necessidade de mudar de roupa ou de usar fraldas de incontinência, pode também condicionar anemia com todas as consequências a que esta se associa.

Endometriose e dor menstrual

A dor menstrual quando intensa deve levar-nos a pensar na endometriose, que é uma doença inflamatória crónica definida pela presença de células endometriais, que são próprias da cavidade uterina, em localizações fora do útero. A endometriose, além da dor menstrual intensa associa-se frequentemente a dor nas relações sexuais e dificuldade em engravidar