Endometriose e Dor Menstrual

O Dr. José Reis escreveu a nota introdutória do livro “Dores menstruais não
são normais”, onde é retratada a dor associada à endometriose.

O Dr. José Reis escreveu a nota introdutória e fez a revisão científica do livro da autora Catarina Maia, intitulado “Dores menstruais não são normais” da editora Manuscrito. Este livro retrata a dor associada à endometriose e nele são apresentados inúmeros testemunhos reais.

A dor menstrual, também conhecida como dismenorreia, é uma condição comum sentida por muitas mulheres durante o seu ciclo menstrual. Caracteriza-se por cólicas na parte inferior do abdómen e, para algumas, pode ser suficientemente grave para interferir com as atividades diárias. Esta dor começa normalmente um a dois dias antes da menstruação e pode durar de dois a quatro dias. A intensidade e a duração da dor menstrual variam de pessoa para pessoa, sendo influenciadas por fatores como a idade, o estilo de vida e o estado geral de saúde.
A dismenorreia primária é a forma mais prevalente, ocorrendo sem uma condição médica subjacente. É causada principalmente pela produção de prostaglandinas, que são substâncias semelhantes a hormonas que desencadeiam as contrações uterinas para ajudar a expulsar as células endometriais que revestem a cavidade uterina. Níveis elevados de prostaglandinas podem levar a contrações e dores mais intensas.

A dismenorreia secundária, por outro lado, resulta de doenças como a endometriose, os miomas ou a doença inflamatória pélvica. Este tipo de dor menstrual agrava-se frequentemente com a idade e pode exigir intervenção médica para uma gestão adequada.
A gestão da dor menstrual envolve várias abordagens, incluindo analgésicos, como o ibuprofeno ou o paracetamol, que ajudam a reduzir a inflamação e o desconforto. As modificações do estilo de vida, como o exercício regular, um sono adequado e uma dieta equilibrada, também podem aliviar os sintomas. Além disso, a aplicação de calor na parte inferior do abdómen, a prática de técnicas de relaxamento como o ioga ou a meditação e evitar a cafeína e o álcool podem proporcionar alívio.

Para as pessoas com dores graves ou persistentes, é fundamental consultar um profissional de saúde para excluir doenças subjacentes, como é o caso da endometriose e explorar tratamentos mais específicos. Compreender e tratar a dor menstrual é essencial para melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas por esta condição comum, mas frequentemente negligenciada.